Psiquê no Divã

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Medo da Solidão

Boa noite, meus queridos leitores e amigos!
Como passaram o dia hoje? Bom, o dia para mim foi cansativo, sobretudo mentalmente. Estive envolta à pensamentos que me fizeram deduzir que o assunto a ser discutido hoje teria que ser relacionado à um medo comum a qualquer ser humano. Não, não pensem vocês que o medo da morte vem em primeiro lugar. Na verdade, o medo de ficar só, de se sentir abraçado por paredes ocas, frias e sem sentimento permeiam o pensamento dos demais. Nascemos ligados por um vínculo entre mãe e filho : o cordão umbilical. É o princípio que nos diz que todo ser humano necessita estar ligado à alguém. Na minha opinião, é o laço mais bonito e fiel. Claro, nós crescemos, evoluímos e quando o ser humano atinge a puberdade, o seu desejo é "cortar os laços". Seguir seu caminho, adquirir sua independência. Se não for material, mas que de início seja emocional. É o começo do desejo, a mudança corporal, psicológica. Quando os grupos que nos cercam passam a exercem maior influência em nossa vida. Aos poucos, vamos aprendendo a andar com nossas próprias pernas. A primeira sensação de felicidade extrema, as dúvidas, o envolvimento, a descoberta... à medida que o tempo passa, sentimos ainda mais necessidade de sermos aceitos, de nos identificarmos com alguém, de uma parceria. Até que chegamos à necessidade do romance, de fato. Além da disputa sexual inicial que rodeia a discussão sobre as conquistas de um modo geral, numa determinada fase de sua vida, percebe que existe algo mais importante do que apenas estar, ficar, semear adornos e bajulações.
O papel da mãe foi feito no início e permaneceu mais incisivo há alguns anos atrás. A partir do momento em que se torna uma pessoa adulta, o ser humano procura "substituir" o apego ou a falta do ser materno, transferindo isso para o que chamamos de relacionamento afetivo. Algo mais complexo e mais objetivo. Ele transporta para o sexo oposto ou até para o mesmo sexo (dependendo da definição sexual de cada um), o seu desejo por completude e apego sentimental.
De um modo geral, as pessoas ainda possuem um medo da decepção, da vulnerabilidade que o relacionamento traz, mas o fantasma da solidão é tão devastador que muitas vezes ignoramos qualquer antecedente pela falta natural e até porque não dizer instintiva que um carinho, um beijo, uma companhia nos faz.
O homem é um todo que desenvolve seu eu com relação à influências tanto internas quanto externas. Porém, à medida que o tempo passa, o nosso eu social adquire a idéia que possuímos incompletude e desse "regimento da sociedade", nasce a insatisfação, o desejo e a ânsia por algo que complete o nosso vazio inicial.
Esse tema já fora abordado tanto por Lacan quanto Freud. Algo que irei aprofundar-me mais à frente em outros posts que estarão presentes aqui.
Acredito que existem um outro grupo de pessoas que transferem o seu vazio para relações menos abstratas ou complexas. Refletem sua energia para o trabalho, estudos, outros causas sociais, outros ainda dedicam-se a viver como esteio para algo ou outrem. Contudo, dentro de si, elas sabem que ainda assim necessitam de algo mais. O ser humano é aquele que nasceu e morrerá insatisfeito, por mais feliz, bem-sucedido, ou até mesmo amado.
A vida acaba com o passar do tempo se tornando uma eterna busca. Quanto mais o tempo passa, mais o vazio se alastra. Apesar de muitos que lerem esse texto não admitirem, no fundo irão se identificar com tal relato.
Posso até fazer juz ao "antes só que mal acompanhado", afinal não me aninho com um qualquer, porém é certo que todos precisam em quem se aninhar.
Obrigada pela atenção e aguardo opiniões sobre o assunto!
Abraços!
posted by Luciana Santos at 13:16 8 comments

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Saudações

Olá, amigos! Sou mais uma adepta desta forma de expressão tão eficaz e reflexiva. Criei um blog, além de para atender à pedidos de alguns amigos, mas também para obter um espaço para expor meu verdadeiro eu ou para ocultá-lo e instigá-los... da forma que melhor couber no momento... (Risos)...
Achei necessário criá-lo, em virtude de perceber que pessoas com o mesmo ou com o perfil parecido com o meu tinham uma necessidade semelhante e a troca de idéias, intelecto, informações, sempre me motivou.
Sempre gostei de analisar os fatos por um prisma diferente e ver o mundo com os olhos analíticos, ainda como criança. Quando cresci, percebi que muita coisa não havia mudado, mas outras sobretudo, haviam tomado proporções maiores. Foi difícil crescer e perceber que a decepção é um processo inevitável na vida do ser humano. E quando se adquire essa certeza, você aprende o significado da palavra mudança. Quando se torna adulto, muita das vezes você sente que perdeu algo que ficara no passado. O nome dissso é inocência. E aos poucos você vai seguindo sua vida, da forma mais adequada ou ao seu momento, ou ao que o seu coração lhe indica.
Eu cresci e aprendi que perdas são inevitáveis, de fato e comecei a olhar a vida com um olhar ainda mais profundo do que quando era apenas uma criança.
Quero que aqui se sintam à vontade para dividir comigo seus pensamentos, opiniões, sentimentos, anseios, desejos, temores... Eu pretendo fazer o mesmo, afinal "ninguém é tão ignorante que não tenha algo à ensinar e ninguém é tão sábio que não tenha algo à aprender".
Espero que gostem deste singelo espaço que carinhosamente chamarei de divã, um local onde confissões estão presentes... temas polêmicos, dúvidas, questionamentos... tudo que permeia a existência humana e sua racionalidade.
Sejam bem vindos!
Com carinho... Luciana Santos!
posted by Luciana Santos at 22:37 6 comments